terça-feira, 19 de maio de 2009

Da alma ao ópio

Não me acordes assim,
Com estes teus lábios roxos
pressionados contra os meus
E o teu cheiro de droga e suor
Me invadindo os pulmões

Se eu te amei um dia,
já não tenho certeza
Me roubaste todo o tempo, a fé e a paciência
que jamais tive

E tudo em vão, tudo descartado
Minha tentativa de salvá-lo
Nunca agradecestes por ela
Em troca, me seduziu
Com os olhos castanhos fingindo arrependimento

Saia, não me envolva com esses braços
Não me aperte contra a tez branca do teu peito
És homem, aceite que não te quero mais
E não finjas que sofre
Pois quem perdeu a alma fui eu

E mesmo que tenha dito milhões de vezes
Que vivia de honra e não de alma
Sinto que de nada vale a honra se a alma
está contigo, seu falso amor e seu ópio
E me vou para outro plano
Sem alma, sem honra e sem você
Meu falso amante, adeus.

Quem sou eu

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"I am my own idea before and after I had it" (Magne f.)