quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Hey, I wish I cared.

Simples assim, I wish I cared. Porque, sabe, eu não me importo. De verdade. Estranho, mas não me importo mais. Isso atrapalha, às vezes, magoa os outros, incomoda a mim mesma, mas... me importar para que?! Não faz muita diferença, mesmo! Não que eu vá desistir daquilo que me interessa, mas, sobre todo o resto, why should I care, babe?

Se essa é mais uma daquelas lições estúpidas que eu dou a mim mesma? Talvez. Não pode ser realmente considerada uma lição, however, é mais uma constatação natural e impossível de mudar. Não que eu realmente queira mudar. Só às vezes, mas bem raramente mesmo.
Então, é, sometimes...

I wish I cared,
yes, I really do.

Or not.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Watery life.

It's always rainning, drop, drop, drop, and you can never see it. Drop, drop, drop. But just because you don't see it, it doesn't mean it's not there. Drop, drop, drop. You're blind, and blind are those who don't wanna see. Drop, drop, drop. It's rainning. It'll never stop just because you're not there to watch it. Drop, drop, drop. It's still rainning. Drop, drop, drop. It never stops, ever. Drop.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Nota mental.

Volte a escrever.

URGENTEMENTE!

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

One day in your life, you'll need to ask yourself. - part 2.

"
your hair from brown
to blonde, red,
or even black (to make a point)

if I changed
the way you sit

the shape of your mouth
and the words that come out of it

if I changed
what you say
how you think
how you move
your smile

the way you brush your hair
how you touch yourself
how you touch me

if I changed
everything about you
and turned you into
someone else

would I love you the same?"


- mf

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Silêncios pontuados

Sentada ali naquele sótão que se mostrava escuro em todos os sentidos, passava todos os momentos que, escapulindo sorrateiramente, conseguia ficar sozinha. Ninguém mais ia até lá, o ambiente sombrio e os móveis escuros espantavam a todos, menos a mim. Também não haviam espantado a ele, e por isso mesmo se tornou nosso paraíso e, então, cemitério. Agora eu me sentava ali, entre as lápides das nossas lembranças, e escrevia na velha máquina sobre todos os suspiros compartilhados de que me recordava.

Certa vez, ele entrara e me encontrara ali numa situação semelhante, mas não era sobre nós que escrevia. Tentava criar algo que não o tomasse por base em uma interjeição sequer. Vã tentativa, eu já estava envolvida demais. Nunca cheguei a amá-lo, verdade, mas dizia ele sempre que me havia seduzido como Johannes seduz Cordélia: jamais se insinuou ou fez qualquer movimento brusco, deixava a meu encargo toda a mudança. Ele gostava dessa comparação, mas garantia-me que a nossa história não terminaria como a do esteta Johannes e sua apaixonada Cordélia. Dizia ainda que a nossa jamais teria fim, diferentemente da obra de Kierkegaard.

Nesse dia, entrou sem dizer palavra enquanto eu me ocupava de inventar um universo paralelo. Acomodou-se no velho sofá à outra ponta do aposento de teto baixo e inclinado. Pela janelinha redonda de vidro entrava a cinzenta claridade outonal. Perguntou-me:

- De que te ocupas hoje, chérie?

- De algo que não o envolva. - respondi sem levantar os olhos de meu trabalho.

- E está dando certo? - inquiriu-me com educada curiosidade.

- De forma alguma. A vontade se esvaiu por completo quando adentrou por aquela porta com teus silêncios insondáveis. - disse sem ainda lhe dirigir o olhar.

- Oh, não! Lembra-te de Jane Austen nesses momentos, sim? "Não estou com vontade alguma de escrever, devo escrever até estar."

- E quanto a você? - finalmente permiti que meus olhos pousassem sobre ele.

- Ficarei feliz em te observar em silêncio. - sorriu. E então nem mesmo a própria Jane Austen me faria voltar meus olhos ao meu enfadonho trabalho.

Tudo começara tempos antes, quando me surpreendeu ali logo que fugi da visita que ele e mais alguns faziam à minha família. Havia ele, também, escapulido da conversa monótona e achou meu esconderijo. Não vi nenhum calafrio percorrer-lhe o corpo ao entrar em meus domínios, e não retrocedeu um milímetro sequer, e foi só por isso que por fim o notei plenamente pela primeira vez na vida.

Passou a visitar-me em meu próprio território quase que diariamente e nunca foi notado por outrem. Sentava-se mudo e nunca me olhava. Eu pensava sempre que, como eu, ele também necessitava de um esconderijo onde pudesse trancar-se em si mesmo sem correr o risco de alguém tirá-lo de lá a força. Enganei-me. Quando finalmente pronunciou-se, depois de meses de meditação muda, sua frase pegou-me despreparada.

- É necessário beber o prazer a lentos tragos. - disse simplesmente, olhando-me pela primeira vez. A frase tirou de Diário de um Sedutor, Johannes era seu herói predileto, Kierkegaard era seu ídolo. Compartilho, hoje, dessa paixão. À ocasião, no entanto, não fazia idéia sobre nenhum dos dois. Ainda assim, seu pronunciamento causou-me tamanho efeito que cheguei até a vislumbrar o que estava por vir. Entretanto, nem mesmo tentei me esquivar.

Quando criança, no sótão eu me escondia das realidades alheias, nada me perturbava dentro do armário empoeirado, nem o sobrenatural. Agora, ali, no mesmo lugar, tentava eu me livrar da minha própria realidade despejando-a no papel.

Fui, então, rudemente interrompida pela entrada dele. Arfava, os cabelos estavam em desordem.

- É esse o fim da nossa história? - perguntou-me, após tantos anos de silêncio, com ar desolado, os olhos esbugalhados em desespero e súplica.

- Cala-te. Falta apenas colocar o ponto final.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

... the dark ache in my brain.

Eles dizem que é tudo sobre amor. Estão errados. Amor não importa, nunca importou. Não esse amor. É tudo sobre quem somos e o que queremos e quem tem o poder. É tudo sobre o quão egoístas somos. Quanto mais egoístas, maior o amor e o sofrimento.
Esse amor não é sinônimo de querer o bem-estar do objeto amado. Não. Isso não importa. O que importa é o bem-estar que tal objeto nos proporciona. Quando alguém que "amamos" morre, não ficamos de luto por toda a vida que essa pessoa perdeu. Não. O nosso luto é pela falta que essa pessoa nos fará. A vida dela não nos importa. Ela só nos importa quando interfere na nossa vida de alguma maneira (geralmente, se nos faz bem).

Esse amor que todos perseguem, que buscam incansavelmente, não é real. Porque não é pelo outro, é por si mesmo. E, na realidade, não precisamos de outra pessoa para nos amarmos plenamente. Só achamos que sim.

Aliás, tal amor só se tornou "conhecido" quando a literatura passou a ser de acesso público, quando os poucos que realmente idealizavam-no colocaram no papel seus desejos e esses foram divulgados entre todos. Antes disso, nem se sabia que amor existia. Porque não se sente falta daquilo que não se conhece, e não se sabe exatamente o que é algo a menos que o tenha vivido.

Não, amor não é essencial. Amor é fofoca, é egoísmo. É só uma idealização, um desejo profundo que nunca se cumprirá plenamente. Mas isso não quer dizer que é errado amar.

One day in your life, you'll need to ask yourself.

Sabe, você começa a ler, escutar, ver coisas que o fazem pensar... pensar de verdade. Começa pelas coisas mais simples, meras observações, mas então, quando se dá conta, está completamente mudado. Tudo. O mundo não é mais como antes, as coisas ao seu redor, nada permaneceu como era. E é aí que percebe que quem realmente mudou foi você. E não há como voltar atrás, pois "um cérebro que se abre para uma nova idéia jamais voltará ao tamanho original". Você sente falta de ser como era antes, mas vê o quanto o seu antigo eu era idiota, e o quanto o atual eu ainda é, mas qualquer melhora já é motivo para se comemorar.
O antigo eu acredita em tantas coisas absurdas, era tão "inocente". O atual eu é cético, guarda para si suas opiniões. Mas o eu antigo parecia ser feliz, realmente feliz, mesmo que não se desse conta disso àquela época. O eu atual gostaria de voltar a essa felicidade simples, mas é impossível se esquecer das coisas que aprendeu, as coisas que o levaram a se tornar o cético, o seco e "solitário" eu.

Ainda assim, daria tudo para voltar, mas simplesmente não há como. Se voltasse a ser como antes, seria você? Seria real?

Não. Não, não seria.

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"I am my own idea before and after I had it" (Magne f.)